Jornada Clínica 2019
Do Sexo à Sexualidade: O Enigma da Felicidade
Data(s): 23 e 24 de agosto de 2019
SEPAI
PSICANÁLISE EM ATENÇÃO A INFÃNCIA E A FAMILIA
VI JORNADAS CLÍNICAS
DO SEXO A SEXUALIDADE: O ENIGMA DA FELICIDADE
23 e 24 de agosto de 2019
CONFERENCISTAS
23/08 - Dra. Denise Maurano
- ASSISTA - VIDEO DE APRESENTAÇÃO
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Denise Maurano Mello, é psicanalista, membro do Corpo Freudiano, professora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Tem doutorado em Filosofia pela Universidade de Paris XII e PUC/RJ e Pós-doutorado em Letras, pela PUC/RJ. É autora de diversos artigos e livros, dentre os quais Torções: A psicanálise, o barroco e o Brasil. PR/Ed. CRV, Histeria: o princípio de tudo (Ed. Civilização Brasileira e Elementos da Clínica Psicanalítica, o desejo e sua ética(Contra Capa Editors). Edita o periódico eletrônico Psicanálise e Barroco em Revista. Leciona nos cursos do SEPAI/UCAM.
Conferência: “O enigma da felicidade: o desejo e sua ética”
24/08 - Dr. Carlos Eduardo Leal
- ASSISTA - VIDEO DE APRESENTAÇÃO
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Doutor em Psicologia Clínica - PUC/RJ, Psicanalista, Escritor e Artista Plástico, Professor Universitário, Parecerista da Revista Eletrônica Psicanálise e Barroco. Professor colaborador do SEPAI/UCAM.
Conferência: “A paixão pelo amor: a insustentável torpeza pelo desejo”
Comissão Científica
Coordenação por Eixo Temático
Subjetividades Contemporâneas
Marcia A. Zucchi
Anatomia e seus destinos
Rita Mendonça e Natália Travassos
Clínica da Neurose
Lucia Perez
Clínica do Autismo e da Psicose
Ana Martha Wilson Maia
Fundamentos da Clinica
Fabio Malcher
Sobre o feminino
Rita Manso
O Campo das Adições
Rossano Cabral Lima
Coordenação Científica
Eduardo Brandão e Rita Mendonça
Coordenação Geral
Silas Cabral Bourguignon
Programação
23 de agosto
09:30 - Credenciamento
10:00- 10:30 - Abertura: Rita Mendonça e Silas Cabral Bourguignon
10:30 – 12:00 - Eixo Temático: A Clínica do Autismo e Psicose
Coordenação: Dra. Ana Martha
Mesa: Corpo e sexualidade no autismo e na psicose
A sexualidade no autismo a partir da história de Owen
Dra. Maria Elizabeth da Costa Araujo, psicanalista, psiquiatra do SPA/UFF. Doutora em Teoria Psicanalítica (UFRJ).
Resumo
Este trabalho se propõe a pensar a sexualidade no autismo a partir dos elementos trazidos no relato de Don Suskind a propósito de seu filho Owen. A sexualidade é uma questão complexa para todo o sujeito. Para o autista, que por definição esquiva-se de erros, ela pode ser demasiadamente desafiadora causando muita ebulição.
Arestas na irrupção da sexualidade e do real
MSC. Marina Valle, médica psiquiatra com Mestrado em Saúde Coletiva pela UERJ
Resumo
Rosa (23 a.) fica tocada pelos relatos de abuso sexual no grupo de recepção, decidindo contar que foi vítima de estupro na infância. Queixa-se de depressão, porém seu quadro se caracteriza por distrações. O acompanhamento revela elementos que levantarão suspeitas sobre tal “estupro”, mudando a condução do caso. Rita (15 a.) consulta por um quadro depressivo, onde “você não vale nada” e outros comandos alucinatórios aparecem junto da irrupção da homossexualidade. São dois casos que convidam a uma reflexão sobre as arestas na irrupção da sexualidade e do real, que envolvem a passagem por uma posição paranoide, que podem (ou não) cristalizar em uma psicose.
O advento da puberdade em um caso de psicose infantil
Dra. Nathália Sabbagh Armony, psicanalista com mestrado em Psicologia Clínica (PUC-RIO) e doutorado em Ciências da Saúde (FF/FIOCRUZ), coordenação Capsi CARIM/IPUB/UFRJ.
Resumo
Neste caso de psicose infantil, com características autisticas, o advento da puberdade, como "uma nova onda de libido", no real do corpo, vem trazer rupturas e impasses na relação da jovem com seu corpo, com sua sexualidade e com a sua mãe.
O despertar da primavera" nos autismos e psicoses
Dra. Ana Martha Wilson Maia
Psicanalista. Mestre em Psicologia Clínica (PUC–Rio). Master en Psychanalyse (Université Paris VIII, Vincennes - Saint-Dennis). Dra. em Psicologia (UFRJ). Dra. (PUC-Rio) e Pós-doutora em Letras (UERJ). Coordenadora do Lugar & Laços - Ateliê Terapêutico. Responsável pelo Laboratório "A criança entre a mulher e a mãe" (CIEN-Rio). Membro da EBP/AMP. Membro Associado do ICP-RJ
Resumo
Ao longo da vida, o corpo falante é marcado pela palavra. Como diz Lacan, no Seminário 23, ele é symptomatisé - symtraumatis[é]. No encontro traumático com a palavra (trou-matisme, furo-truma) ocorre, ao mesmo tempo, um furo (trou) e um excesso de gozo (trop). O sintoma é um evento corporal que vem constituir um tratamento a este gozo excessivo. Na madrugada da vida, há o encontro traumático com lalíngua e na saída da infância, o encontro com o real do sexo faz furo e a invasão de gozo suscita angústia. A estranheza com o próprio corpo, a queda dos ideais e o abandono das identificações parentais constituem o que Freud chama de tormentas da puberdade. Como isso se dá nos autismos e nas psicoses?
12:00 – 13:30 - Almoço
13:30 – 15:00 Eixo Temático: Subjetividade e Contemporaneidade -
Coordenação: Marcia Zucchi
Mesa: Do sexo à sexualidade: tropeços e soluções contemporâneas
A tecnologia aplicada à vida amorosa e sexual
MSc. Flávia Hasky, psicóloga (UFRJ), Mestre em Teoria Psicanalítica (UFRJ), com Especializações em Clínica Psicanalítica e em Saúde Mental (IPUB/UFRJ). Atualmente Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica da PUC-Rio, Psicanalista ligada à Escola Brasileira de Psicanálise (EBP-Rio).
Resumo
Tendo à mão uma incomensurável rede de conectividade, os sujeitos contemporâneos utilizam a navegação online, visando, dentre outras coisas, construir recursos para se haver com a sexualidade e com os questionamentos a ela relacionados. Em nosso trabalho exploraremos de que maneira os múltiplos usos da internet vêm interferindo na lida dos sujeitos contemporâneos com o fato de que há um impossível colocado no campo da sexualidade. Desejamos pensar a entrada na rede de forma amplificada, relacionando-a tanto a uma busca por afastar os impasses na relação sexual quanto considerando-a como uma modalidade nova e interessante de transitar pelo campo dos relacionamentos afetivos, ou seja, como um recurso a mais na construção de laços com o outro. Tomando a questão proposta como um convite a pensar em seus desdobramentos na era da hiperconexão, partiremos de duas situações clínicas que evidenciam as complexidades e paradoxos que vêm à tona com a digitalização das relações.
A que isso satisfaz?
MSc. Maria Corrêa de Oliveira
é psicanalista,
psicóloga (USU) e Assistente social (UFRJ). Formação em
Psicanálise pelo Colégio Freudiano do Rio de Janeiro.
Mestre em Psicologia Clínica pela PUC –RJ e participante
do Práticas da Letra dos Núcleos e Unidades de Pesquisa do ICP-
RJ. Cartelizante da EBP -RJ
Resumo
As transformações e
quedas de semblantes outrora potentes - o Nome de Pai, o grande
Outro e o símbolo fálico - e o desafio de estarmos à altura
do real de nossa época, nos convidam à refletir e trabalhar com
paradigmas que possam somar nesse delicado fazer da
experiência analítica.
Um fragmento de caso busca situar de que modo a prática da
psicanálise, tendo como bússola a guinada transformadora de
Lacan na direção do primado do gozo, pode se mostrar atual e
viva, mesmo em tempos de falências.
Quando a fantasia vacila um corpo responde
Dra. Marcia Aparecida Zucchi é psicanalista, psicóloga (PUCSP). Especialista em psicologia clínica pelo CRP-RJ. Mestre em Ciências da Saúde pelo Instituto Fernandez Figueira (IFF) da FIOCRUZ (área de especialização: saúde mental), doutora em Teoria Psicanalítica pela UFRJ, Membro da EBP (Escola Brasileira de Psicanálise) e da AMP (Associação Mundial de Psicanálise). Professora do SEPAI desde 2007, responsável pela cadeira Subjetividade e Contemporaneidade.
Resumo
Sujeitos da época atual buscam a sensação de "felicidade", frequentemente, nas experiências de prazer produzidas pelas festas embaladas por estimulantes químicos, especialmente o álcool. O contato com o outro sexo, porém, é fonte de angustia e, portanto, evitado. O corpo se presta a uma experiência de contato limitada em sua amplitude e restrita aos jogos de aproximação anônimos da contemporaneidade. Uma vacilação produzida na análise pode fazer aparecer um corpo de gozo, para além dos arranjos imaginários, que surpreende o sujeito.
15:00 – 16:30 Eixo Temático: Anatomia e seus destinos
Coordenação: Rita Mendonça e Natalia Travassos
Mediação: Carlos Eduardo Leal
Mesa: Habeas Corpus: do sexo a sexualidade, o corpo e seus semblantes
A Anatomia é o destino? A lógica do irrepresentável e litorais
Rita Mendonça
Psicanalista, psicóloga pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Cartelizante da EBP/AMP - Rio de Janeiro. Foi Coordenadora dos Departamentos de Ensino, Arte e Psicanálise e Psicossomática da Escola Brasileira de Psicanálise Movimento Freudiano. Membro fundador da Oficina do Corpo do Colégio Freudiano do Rio de Janeiro. Professora colaboradora do SEPAI.
Resumo
A sexualidade,
sempre hétera, não abriga nada de natural, e a verdadeira
diferença sexual não é a diferença significante, mas a diferença
do sexo e do gozo como "Outro", alteridade radical para cada
sujeito. Nessa perspectiva, consideramos que só há UM sexo, um
significante do desejo para ambos os sexos: o Falo. A partir daí,
cada sujeito buscará trilhar as veredas de sua subjetivação
Portanto, se no inconsciente não há inscrição da representação
da diferença dos sexos, nos interrogaremos sobre as escolhas e
destinos que cada sujeito, enquanto ímpar, tomará, ancorado na
sua relação com o inconsciente estruturado como linguagem, na
contingência, nas suas experiências de gozo e nas subjetividades
de sua época.
Sexo e corpo: algumas
considerações sobre transexualidade e homofobia
MSc. Natalia P. Travassos
Mestre pelo P. pós-graduação em Psicanálise/UERJ e pós-graduada pelo Programa de Residência Multiprofissional em Saúde do HUCFF/UFRJ. Psicanalista Membro do Corpo Freudiano, Rio de Janeiro. Co-autora do livro “Transexualidade: o corpo entre o sujeito e a ciência”, publicado pela Editora Zahar. Psicóloga no Grupo Arco-íris
Resumo
Há quase cem anos, Freud destacou a total falta de relação entre a escolha de objeto e a identificação sexual do sujeito, repudiando com veemência qualquer correspondência direta entre sexo biológico, feminilidade/masculinidade, heterossexualidade/homossexualidade. Porém, frequentemente, a escuta de sujeitos que trazem a questão transexual revela que há estreita relação entre as intervenções corporais e a busca pela heterossexualidade. Pretendemos levantar alguns aspectos que nos fazem questionar se a transexualidade, tal qual descrita pela ciência, pode ser considerada um repúdio à homossexualidade - em que voluntariamente homossexuais se encaminham para a “adequação” de seus corpos ao gênero oposto - sustentada pela fantasia de complementaridade sexual, em resposta à homofobia (social e/ou intronizada pelo próprio homossexual)
16:30 – 18:00 - Clinica da Neurose
Coordenação: Dra. Lucia Maria de Freitas Perez
Mesa: Interrogações sobre o feminino e o masculino no Homem e na Mulher
O feminino: um real que ultrapassa o gênero
Dra. Lucia Maria de Freitas Perez, Psicóloga, Psicanalista, Mestre e Doutora em Psicanálise pelo Instituto de Psiquiatria – IPUB/UFRJ. Professora do Departamento de Fundamentos da Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UNIRIO. Membro do Corpo Freudiano. Professora colaboradora do SEPAI/ UCAM
Resumo
A literatura psicanalítica é rica em referências que sinalizam o quanto as distinções anatômicas não são índices suficientes para diferenciar os campos do feminino e do masculino. Entretanto, percebo, nas conversas com os que se interessam por nosso campo, que essa questão ainda não foi suficientemente esclarecida. Sem perder de vista que feminino e feminidade não são necessariamente coincidentes, uma vez que o feminino é diferente das máscaras de feminidade, escapando as palavras e aproximando-se do Real, retomarei, nessa Jornada, um trabalho iniciado em 2008, por ocasião do I Encontro Nacional do Corpo Freudiano, no qual, a partir de algumas poesias de Fernando Pessoa, tratei de uma certa especificidade do gozo feminino. Buscarei, mais uma vez, distinguir as posições masculina e feminina das chamadas identidades de gênero, pondo em evidência que o gozo feminino também pode ser acessível a homens que, tal como os poetas e psicanalistas, sabem experimentar, recolher e dar forma a algo que escorre de um gozo de outra natureza que o gozo fálico.
As mulheres, o feminino e a violência: porque tanto horror?
Joana Souza, Psicóloga e psicanalista, doutoranda do Programa de Pós Graduação em Memória Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO. Doutoranda na Université Nice Sophia Antipolis.
Resumo
O trabalho destaca a memória da misoginia e do feminicidio para mostrar que a violência praticada contra as mulheres é um fenômeno universal que ultrapassa limites temporais e espaciais, evidenciando que onde há vestígio de cultura humana, há também uma memória de atos de violência contra as mulheres. Dois eixos nortearão a escrita desse trabalho: o primeiro problematiza a violência como fenômeno de ruptura do simbólico e de ultrapassamento das medidas educativas empreendidas pelas instituições, e o segundo interroga o porque de as mulheres serem alvo de tanta agressividade. Valerei-me da noção de feminino, tal como foi pensada pelos psicanalistas Sigmund Freud e Jacques Lacan, para interrogar se o que chamamos de “horror ao feminino” poderia ser o cerne da violência praticada contra as mulheres.
18:00 – 18:30 – Coffee Break
18:30– 20:00- Conferência: O enigma da felicidade: o desejo e sua ética, por Denise Maurano
- Após a conferência haverá lançamento do livro Elementos da Clínica Psicanalítica, o desejo e sua ética, que estará sendo autografado pela autora.
24 de agosto
9:00 as 10:30 - Eixo Temático: O Campo das Adições
Coordenação
Dr. Rossano Cabral Lima, Médico Psiquiatra infantil, Mestre e Doutor em Saúde Coletiva pelo IMS/UERJ, com período de doutorado no Instituto Max Planck de História das Ciências de Berlim (Alemanha). Professor do mestrado e doutorado do IMS/UERJ, onde também exerce atividade de direção. Professor do SEPAI/UCAM
Mesa: A Busca da Felicidade e as Satisfações Substitutas
Em busca da mulher: o uso abusivo de hormônios por sujeitos transexuais
Dr. Julio Cesar Nicodemos, psicanalista, Mestre e doutor pelo Programa de Pós-graduação em Psicanálise -UERJ, com período de doutoramento na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP). Exerceu a função de coordenador da ERIJAD (Equipe de Referência Infanto-Juvenil para Ações de Atenção ao uso de Álcool e outras Drogas) de 2009 e 2015. Atualmente é supervisor clínico-institucional do CAPS-ad Alameda e do Programa de Redução de Danos de Niterói. Professor do SEPAI/UCAM.
Resumo
Nosso objetivo será justamente –, através do sujeito do inconsciente definido por Lacan (1966) como sendo aquele sem qualidades –, interrogar um imaginário presente em uma experiência clínica e de pesquisa de extensão universitário com sujeitos que se reconhecem pela nomeação de transexuais. Esta experiência tem demostrado a busca da constituição de um corpo-todo passível de um gozo impossível. Também, através da noção de sujeito, interrogaremos o discurso “patologizante” presente no campo social hoje sobre o fenômeno transexual e que obedece a um determinado discurso em nome da ciência (oriundos de uma dada psiquiatria, psicologia e neurociências específicas) aliado ao neoliberalismo contemporâneo. Demonstraremos que tal discurso não apenas captura estes sujeitos a determinados objetos de gozo presentes no campo da realidade, como os segrega no campo do Outro social determinando o trilhamento de suas existências numa produção de iguais.
O tratamento atual do mal-estar: toxicomania e segregação
Waleska Borges Cheibub é Mestre em Pesquisa e Clínica em Psicanalise - PGPSA/UERJ. Coordenadora do Estágio Multiprofissional em Saúde Mental em nível de Residência da Rede de Saúde Mental de Niterói.Supervisora do CAPS ad Julio César de Carvalho
Resumo
O presente trabalho investiga a relação entre o fenômeno da toxicomania e a segregação como atual tratamento do mal-estar a partir da teoria dos discursos postulada por Lacan. A tentativa de supressão do mal-estar realizada tanto pelo Outro social quanto pelo toxicômano evidencia de que forma a tentativa de rechaço da dimensão ética do gozo a partir da homogeneização das formas de gozar, da universalização dos grupos sociais e do campo de concentração generalizado dizem respeito à lógica do monosintoma e das comunidades de gozo.
Esse corpo não me pertence”: considerações sobre a sexuação e a solução toxicômana em um caso de psicose
Dra. Julia Reis S. Mendonça é psicanalista, doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia (UFMG). Mestre em Psicanálise pelo Programa de Pós-Graduação em Pesquisa e Clínica em Psicanálise (UERJ). Docente dos cursos de especialização do SEPAI/Instituto São Zacharias de Estudos e Pesquisas/UCAM. Psicóloga Hospitalar do HUAP/UFF
Resumo
Partindo da afirmação de Miller (1993) de que as toxicomanias são um campo de investigação em que devemos localizar a relação particular do sujeito com seu objeto de consumo, pretendemos demonstrar, a partir de um caso clínico, como o recurso à substância se coloca como um saída para o sujeito diante de um desenlace na relação com o Outro, que funcionava como bússola ao dar um direcionamento sobre sua orientação sexual e uma ordenação do seu gozo masturbatório.
Diante da ausência do significante do Nome-do-Pai e do significante fálico que orientasse seu desejo, que lhe permitisse ocupar um lugar na partilha dos sexos e dar uma significação ao gozo que se manifestava no corpo, o sujeito era invadido por um sentimento de estranheza, manifesto em sua fala de que “esse corpo não me pertence”.
A sexuação na psicose, o empuxo-à-mulher, nos revela, conforme afirma Lacan (1973/2003), um modo de gozo que deixa em suspenso a escolha do objeto, em que o sujeito fica submetido a um gozo avassalador. Na impossibilidade de se posicionar do lado do homem ou da mulher, segundo as fórmulas da sexuação (Lacan, 1972-73/1982), o sujeito sofre um “forçamento para o campo de um Outro a ser pensado como o mais estranho a qualquer sentido” (Lacan, 1973/2001, p. 466).
10:30 às 10:45 – Intervalo
10:45 às 12:15 - Eixo Temático: O Feminino em Psicanálise
Coordenação: Rita Manso
Mesa: A arte, o amor e a violência como resposta ao enigma do feminino
A violência e o feminino
Rita Manso
Professora Titular da UNIRIO e Professora Associada da UERJ. Doutorado em Teoria Psicanalítica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1999), mestrado em Psicologia pela Fundação Getúlio Vargas/ Universidade Federal do Rio de Janeiro (1992). Diretora do Instituto de Psicologia da UERJ (2012-2016) e Vice-diretora e Coordenadora do Curso de Psicologia do Instituto de Psicologia da UERJ (2008-2012). Membro permanente do Colegiado do Programa de Pós-graduação em Psicanálise e do Mestrado Profissional em Políticas Públicas e Psicanálise na UERJ. Professora colaboradora do SEPAI/UCAM.
Resumo
Considerando que o feminino é solidário à incompletude - isto é, à castração, mas não à impotência, como posição de um sujeito - ele pode dar a impressão de que se pode gozar e mesmo, até, despertar o chamamento ou empuxo ao gozo, fazendo do outro, na posição de castrado, objeto da pulsão de morte. Isso significa que, em vez de ter a refinada cortesia animal, sucede aos homens violar uma mulher, e vice-versa.
O enigma do feminino
Heloisa Caldas, doutora em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professora Adjunta da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Psicologia e Programa de Pós -Graduação em Psicanálise do qual é atualmente Coordenadora. AME - Analista Membro da Escola Brasileira de Psicanálise - EBP e da Associação Mundial de Psicanálise - AMP.
Resumo
Para a psicanálise, o feminino escapa ao significante e consequentemente aos agenciamentos discursivos que a palavra organiza. Essa posição indecidível e inominável do feminino faz dele um permanente enigma cujos efeitos e afetos podem ser paradoxais: pelo lado do amor provoca curiosidade e invenções de novos saberes; por outro lado, desestabiliza saberes instituídos, despertando ódio e manifestações violentas.
O feminino que habita a arte
Elza Freitas
Psicanalista, membro da Escola Brasileira de Psicanálise e da AMP - Associação Mundial de Psicanálise.
Resumo
Partindo dos pressupostos que Freud e depois Lacan nos trouxeram para essa questão, permito-me tomar nosso tema de debates a partir da literatura, por um autor bem específico, que tratou das questões da mulher e por elas se interessou tanto e que além de vasta obra escrita em jornal e publicada sob forma de livro, também escreveu em duas ocasiões sob um pseudônimo feminino. Trata-se de Nelson Rodrigues sob seus pseudônimos - Mirna e Suzana Flag.
12:15 às 13:30 - Almoço
13:30 às 15:00 - Eixo Temático: Fundamentos da Clínica
Coordenação: Fabio Malcher
Mesa: Desafios clínicos contemporâneos
Reflexões sobre os efeitos de segregação na contemporaneidade
Fabio Malcher, Psicanalista, Professor Adjunto do IP/UFRJ, Professor Colaborador do PPGTP/UFRJ, Coordenador do Projeto de Extensão Circulando –UFRJ. Professor colaborador do SEPAI/UCAM.
Gênero e identidade como questão para a psicanálise
Maria Cristina Candal Poli - Psicanalista, Professora Associada do IP/UFRJ, Professora Permanente do PPGTP/UFRJ, Membro do APPOA
As anorexias e os desafios da clínica psicanalítica com as neuroses contemporâneas
Flavia Lana Garcia de Oliveira - Psicanalista, Pós-doutoranda no PPGTP/UFRJ, Professora Substituta na UFF, Membro do ISEPOL
15:00 às 15:30 - Coffee Break
15:30 às 17:00 - Conferencia: “A paixão pelo amor: a insustentável torpeza pelo desejo”, por Carlos Eduardo Leal
17:00 as 18:00 Coquetel de encerramento, quando Dr. Carlos Eduardo Leal estará lançando e autografando seu livro Espelho Partido.
SEPAI
Psicanálise em Atenção à Infância e à Família: Clínica e Pós Graduação
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Telefones: (21) 2244-2698 / 9.8578-7921
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